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terça-feira, 31 de março de 2009

Olhos de Criança





Olhos de criança

Quando eu era pequenino
A vida era maravilhosa,
Cheio de mistérios, encantos,
Entre outras mil.
Na soar da alvorada,
Fadas vinham de seu mundo distante,
Trazendo mágicas e fantasias,
Que mundo desconcertante
Sem regras, somente alegria.
Duendes escondiam-se
Por entre matas, rios e campinas,
Pregavam peças nas pessoas
Em suas travessuras mil.
Riamos de tudo e nossas gargalhadas
Perdiam-se em ecos por nossa jornada
Pelo mundo de maravilhas,
Cheios de aventuras,
Naquela terra distante
Entre outras mil.
Fabricávamos nossas vidas por entre
Risos e fantasias.
Em meus versos cantei a majestade vida
O presente se fez Ser,
O passado não tem um por quê?
E o futuro pra que?
Em dia chuvoso abria meus braços e deixava
As gotículas de chuvas invadirem o meu ser
Rodopiavam por entres essas gotículas,
Pedaços de minha pequenina alma,
Como átomos dispersos na matéria, em minha
Natureza viva,
No coração da amada terra,
Com gostinho de liberdade,
No palco de minha vida!
Iza Renata


A palavra é liberdade
Beijinhos cheios de aventuras
Iza Renata
*

domingo, 29 de março de 2009

Fada das Crianças




FADA DAS CRIANÇAS

Do seu longínquo reino cor-de-rosa,
Voando pela noite silenciosa,
A fada das crianças vem, luzindo.
Papoulas a coroam, e, cobrindo
Seu corpo todo, a tornam misteriosa.



À criança que dorme chega leve,
E, pondo-lhe na fronte a mão de neve,
Os seus cabelos de ouro acaricia –
E sonhos lindos, como ninguém teve,
A sentir a criança principia.



E todos os brinquedos se transformam
Em coisas vivas, e um cortejo formam:
Cavalos e soldados e bonecas,
Ursos e pretos, que vêm, vão e tornam,
E palhaços que tocam em rabecas…



E há figuras pequenas e engraçadas
Que brincam e dão saltos e passadas…
Mas vem o dia, e, leve e graciosa,
Pé ante pé, volta a melhor das fadas
Ao seu longínquo reino cor-de-rosa.
Fernando Pessoa

Beijinhos cheios de travessuras
Iza Renata
*

sexta-feira, 27 de março de 2009

Alma




ELA

Seus olhos que brilham tanto,
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com meiguice e com primor

Suas faces purpurinas
De rubras cores divinas
De mago brilho e condão;
Meigas faces que harmonia
Inspira em doce poesia
Ao meu terno coração!

Sua boca meiga e breve,
Onde um sorriso de leve
Com doçura se desliza,
Ornando purpúrea cor,
Celestes lábios de amor
Que com neve se harmoniza.

Com sua boca mimosa
Solta voz harmoniosa
Que inspira ardente paixão,
Dos lábios de Querubim
Eu quisera ouvir um -sim-
P’ra alívio do coração!
Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh’alma, sem vigor;
Donzela, vem dar-lhe alento,
“Dá-lhe um suspiro de amor!”


ASSIS, Machado de, 1839 – 1908
O Almada & outros poemas / Machado de Assis – São Paulo
Globo 1997 – (Obras completas de Machado de Assis)
-

Beijinhos perfumados
Iza Renata
*

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Olhar Humano




Olhar Humano

Encontrei olhares pelos caminhos que percorri.
Encontrei olhares em sonhos, em suas jornadas como aprendiz.
Encontrei olhares que recitava a dor, o amor, o medo, o pecado, o porvir...
Encontrei olhares cheios de emoções, por somente estarem neste campo astral.
Encontrei olhares racionais e irracionais, motivados naquele instante por motivos desiguais.
Encontrei olhares vazios, sem ter prazer com a tal felicidade, como se fosse um andarilho a procura de algo mais.
Encontrei olhares em flores, cheios de luz, cheios de cheiros, desabrochando em primavera, recitando qualquer pauta em cor.
Encontrei olhares atraentes, incendiados pela paixão, rumo a caminhos desconhecidos.
Encontrei olhares na multidão desenfreada, em uma luta constante para ter um minuto de silêncio, na sinfonia sincronizada.
Encontrei olhares mágicos, em seus pequenos lugarejos, cheios de sonhos, sem questionamentos para tal idade tão avançada.
Encontrei olhares inocentes, cativantes, libertador, por ideais a serem consagrados.
Encontrei olhares seguros, magistrados, oponentes, contrastando com o mundo a ser desbravado.
Encontrei olhares em oração, em comunhão com a alma.
Encontrei olhares em súplicas, pedintes de sorrisos, abraços e respostas.
Encontrei olhares como as minhas réplicas no espelho da vida, um pequeno observador, das emoções ligadas, e a mim emanadas.
Como encontrei olhares, como pequeno aprendiz nessa minha jornada, buscando inspirações na fonte da vida, em um mundo de olhares mesclados.

(Iza Renata)
Beijinhos com cheirinho de aprendizado
*

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Casinha branca





Casinha branca

Queria apenas ter uma casinha branca
Do outro lado do rio
Acender a lareira
Tomar um bom café
Feito no fogão de lenha.
Sentar na cadeira de balanço
De a natureza sentir o perfume entorpecer o meu espírito
Nessa casinha branca lembrar os meus sonhos
Os meus feitos, nada que mais me de prazer
Olhar para a imensidão no horizonte
E misturar-me nas nuvens
Que parece um chumaço de algodão
Transcender o meu corpo e cair sobre as nuvens de algodão.
Plantar, colher flores diversas
Perfumar minha casinha branca de algodão.
O silêncio na casinha envaidece a minha alma
Aguça o meu coração.
Minha casinha sem luxo, sem mais delongas
Mas uma casinha de coração.
Sentar ao por do sol junto à janela
E contemplar a escuridão.
Olhar uma estrela no céu radiante
Com seu mistério sobrenatural
E ver infinitas luzes naquela cidade tão distante.
O sono engrandece a minha alma
E durmo fazendo uma oração.
E ao despertar, da minha janela ver o sol nascer.
(Iza Renata)

Beijinhos eternos em seus corações.

Iza
*