segunda-feira, 4 de maio de 2009

Zé Brasil




Em 1947, com Zé Brasil, re-incarnação politizada do velho Jeca Tatu, Lobato faz sua auto crítica : atribui aqui a precária situação do camponês brasileiro à estrutura econômica brasileira e não mais à preguiça ou falta de saúde. Esta obra, censurada e apreendida, assim que foi publicada, é documento sugestivo de um temporário alinhamento de Monteiro Lobato com o Partido Comunista Brasileiro.
Último livro escrito por Monteiro Lobato, narrado em
forma de diálogo entre Zé Brasil e um interlocutor anônimo. Conta a história de Zé Brasil, um pobre coitado que como Jeca Tatu, está
entregue ao desamparo e ao desânimo. Zé Brasil é uma denúncia
contundente contra as condições sociais responsáveis pela miséria e
pela falta de ânimo dos trabalhadores rurais. Num primeiro momento há
uma crítica aos grandes proprietários rurais, representados pelo
coronel Tatuíra, de cujas terras, Zé fora expulso, depois de trabalhar
em regime de meeiro. Regime este que estabelecia a parte gorda ao
coronel e as migalhas ao Zé Brasil. Num segundo momento, Lobato dirige
suas críticas à estrutura política e jurídica, na voz de Zé Brasil. A
medida que o diálogo se desenvolve, Zé vai tomando consciência da
situação, sendo informado da realidade social, e ao mesmo tempo em que
entende, ele reflete sobre sua condição marginal dentro da sociedade
brasileira. Zé Brasil é colocado a par da idéias do Partido Comunista.
A idéia da divisão da terra, do apoio aos pequenos proprietários e da
união dos lavradores pobres. Zé Brasil é um sem-terra, que à medida que
conversa com o amigo não identificado, descobre sua condição de
excluído do processo produtivo.

"A LIBERDADE NÃO CONSISTE EM FAZER O QUE QUEREMOS, MAS TER O DIREITO DE FAZER O QUE DEVEMOS." ( João Paulo II ).

Beijinhos cheios de consciência.
Luz divina.
Iza Renata
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